segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

~ Sinestesia (II)

Se os olhos são as janelas da alma, o olhar é parte fundamental da mesma. Um único olhar é capaz de expressar emoções tão intensas que nem mil palavras seriam capazes de explicá-las; os olhos são incapazes de ficarem mudos, quando vemos algo, ainda que permaneçamos mudos, nosso olhar estará traindo esse silêncio que escolhemos travar.

As cores sempre lhe transmitem algo – e não precisa estar relacionado a cromoterapia, é simplesmente uma questão pessoal. Vermelho, por exemplo, não me remete a paixão ou amor, e sim a desconforto, a uma inquietação desagradável e atormentante, talvez por isso pinte as unhas tão constantemente em algum tom rubro: para não esquecer o quão pior aquela situação poderia estar.

Há também aquelas coisas que você vê e todos os outros sentidos começam a trabalhar mais intensamente, seja aquela pessoa que você não vê há tempos mas ainda faz seu coração palpitar como louco ou aquela maldita janelinha do comunicador instantâneo que insiste em subir na hora que você está prestando atenção.

Por mais que tente fechar seus olhos, mudar o foco, tudo o que você não queria ver aparece à sua frente e, ainda que não veja, ainda restará quatro outros sentidos dispostos a brincar com suas emoções.

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