É engraçado como a vida te põe em situações que você nunca poderia imaginar, nem após ingerir uma dose cavalar de alucinógenos. De início, você acha que é apenas isso: alucinação, coisa da sua cabeça, e até consegue mudar o foco por uns tempos, por um ou dois anos; mas aí acontece algo que não fazia parte dos planos e dá um golpe na negação e no esquecimento; trás de volta aquela pequena alucinação de cerca de um metro e meio de volta para sua vida, seus pensamentos.
Depois de um tempo - e não precisa ser muito – você descobre que há um sentimento novo crescendo dentro de você, uma preocupação constante com aquela coisa pequena, mas que foi capaz de ocupar um espaço tão grande no seu coração. Por mais que hajam mil coisas sobre as quais pensar, dezenas de problemas a se solucionar, seu pensamento é constantemente direcionado para aqueles olhos tão negros e intensos que você nunca imaginou que pudesse haver outro par igual.
Seu coração pulsa aflito quando não há aquela sensação morna te acordando pela manhã ou uma mão tão leve que parece uma brisa brincando com seu cabelo. Você continua descobrindo as coisas, os sentimentos, e chega a conclusão que há algo mais importante do que a sua própria vida; ou melhor, há alguém e você não se importa se os outros podem notar, mas tudo o que você quer é pegar aquele um metro e meio no colo e protegê-lo de tudo que poderia lhe machucar, de tudo que poderia tirá-lo de perto de você.
Até aí, nada além do que se poderia esperar de alguém na minha condição; mas as coisas não são tão simples quanto uma equação matemática. E se tudo que você faz, todas as situações nas quais você se envolve, todas as suas ações magoam essa pessoa que você tanto ama? E se tê-la junto a si, se querer protegê-la é o seu maior erro?
Você tem uma difícil escolha pela frente e por mais que seu coração grite pedindo uma coisa, por mais que seu coração já cansado se machuque vendo seu pequeno tesouro gritar junto, sua razão lhe diz outra coisa; o que lhe resta é protelar essa escolha, tentando calar a razão com o som mais agradável que esse seu pequeno bem pode lhe oferecer: uma palavra de cinco letras que você nunca poderia imaginar ouvir tão cedo.
sábado, 19 de dezembro de 2009
~ Pequeno tesouro intangível
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
~ O Girassol e o Segundo Sol
Há dias, na verdade, semanas, há uma música que insiste em martelar na minha cabeça Um girassol sem sol, um navio sem direção.... Eu nunca fui muito fã de Ira!, gosto, mas nunca escutei com tanta freqüência e eu nunca tinha parado pra pensar que ela talvez, muito talvez, estivesse querendo me dizer algo até que, há poucos instantes, um amigo me disse algo que me fez pensar.
Um girassol tem seu sol, e se ele não está se orientando por sua luz é porque pode ser noite ou pode haver nuvens pairando no céu. Me conforto por saber que uma hora irá amanhecer e se já for manhã o vento irá carregar para bem longe essas nuvens.
Mas, para mim, fica uma questão diferente: será que um girassol pode ser enganado por uma fonte de luz artificial? Eu não saberia responder, porque, apesar das metáforas, há mais do que seiva correndo em minhas veias. Sendo positiva a resposta, eu espero que essa fonte artificial se esgote o mais rápido possível; se negativa, eu vou ficar esperando pel’O Segundo Sol.
Se estou musical esses dias? Sinto-me bem assim.
Postado por Lena Araújo às 19:14 1 comentários
~ Sinestesia (I)
Ouvir o meu nome repetidas vezes pode me deixar brava, mas também pode fazer com que eu me sinta uma adolescente no auge dos hormônios; os que me conhecem sabem o quanto eu detesto ouvir essas seis letras – cinco se considerar que o som mudo do H – da boca de qualquer um. Não é à toa que me apresento como Lena, é menos informal, mas também menos íntimo; me passa a impressão que quem se dirige a mim não me conhece direito, e talvez realmente não conheça.
Há quem diga que é parar no tempo, mas eu prefiro as músicas antigas, ou aquelas que não são novas aos meus ouvidos, aquelas que me fazem lembrar de fatos, datas, pessoas ou mesmo uma época. Já houve a época do Skank com sua Balada do Amor Inabalável; a época do Vento do Jota Quest que, para fazer jus ao nome passou ligeira, mas deixou tantas marcas; a época de Andar na Linha com o Johnny Cash, sempre há a época do Voltei, Recife do Alceu Valença, não importa se passem seis meses ou um ano, ela sempre vai retornar. Mais recentemente, A Letra A do Nando, que está presente em quase todos os nomes, Lena, Tamires, Vieira, Vanessa e também em Travar. Recentemente posso falar da Dança com o Diabo ao som de Breaking Benjamin e do medo que ela tenha me feito Don’t Speak com No Doubt. Sempre há aquela vontade de Hoje eu quero sair só e os Dois Olhos Negros de Lenine e que hoje, a Marisa Monte Não vá Embora e o Cachorro Grande me faça agir Sinceramente.
E a todos vocês: Have a Nice Day! ;D
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009
~ E eles foram (in)felizes para sempre
Nem todos os contos de fadas terminam com um E eles foram felizes para sempre... E se João e Maria nunca conseguiram achar o caminho de volta para casa, e se Rapunzel tivesse morrido de inanição no alto daquela torre, e se a Branca de Neve ficou com seus músculos atrofiados depois de tanto tempo inerte?
Talvez essas perguntas nunca tenham sido lançadas pelos otimistas, mas eu, como uma pessimista nata, me pego pensando nos verdadeiros finais dos contos de fadas, porque, como o próprio nome sugere, são coisas contadas, sem registro fático ou provas concretas. Diante dos fatos, me sinto impelida a ter um conhecimento empírico, a crer numa verdade documentada e comprovada e não mais no Era uma vez...
Por isso, digo com toda convicção: eu-não-quero-um-conto-de-fadas, eu quero uma vida real, onde eu sei que muitas lágrimas serão derramadas, muitas feridas serão abertas, mas muitos sorrisos irão brotar em meus lábios e muitos abraços me acalentarão a noite, sem precisar que minha mãe me ponha na cama com um Era uma vez e me faça dormir após um ... e eles foram felizes para sempre.
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domingo, 25 de outubro de 2009
~ Underfaith
A minha visão tão ofuscada pelo negro da noite
Os pesadelos que assombram
As visões que condenam
Vagando rumo ao desespero da morte
Almas desfeitas por finos fios de prata
Que de repente engana e mata a esperança de um mundo só seu
- Como vejo o brilho da lua em pleno breu!?
A sanidade jogada contra os sonhos
A vingança que vence a dor
A loucura do sangue pulsando num emaranhado
Numa mistura perversa de gritos abafados
Entrando em lugares entre furacões e ventanias
Percorrendo cursos incertos pelo medo
De fazer o que você nunca teria feito
Aprendendo a voar sem asas, percorrer sem pernas
Viver com vida em plena guerra
E ao final da confusão de luzes ofuscantes
Sobrará a escuridão que persegue os infelizes
À noite, as sombras voltarão como se nunca partissem
- Deixe-me ir! Não ouves me chamarem!?
Eu procurarei a voz, mas não só eu
Levarei comigo minha cruz e chagas
Que cada um carrega cai e sangra em sei caminho só
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terça-feira, 19 de maio de 2009
~ Diário de Yuli - Parte I
[Anotações aos 10 anos]
Yue hoje me perguntou uma coisa e eu não consegui responder. Eu não gosto disso, eu sempre tive resposta para as coisas aí fui perguntar a papai, ele falou que não podia falar. Disse que eu não era filha dele de sangue, mas isso eu já sabia porque agente é muito diferente. Ele disse também que ele não sabia de onde eu tínhamos vindo, mas isso é mentira, ele sabe de onde eu e Yue viemos, mas ele não quer contar. Eu já ouvi ele dizer a Megumi-sama que se ele não nos tivesse tirado de lá agente tinha morrido, mas aí ele me viu e ficou muito bravo, eu tive medo dele. Eu não gosto dele porque ele mente pra mim.
[Anotações aos 11 anos]
Ele brigou comigo de novo, um dos fiscais me pegou na ponte, mas eu só queria ver o que tem depois do Rio. Eu já conheço essa escola toda; aqui é grande, mas é vazio também, não tenho muito mais o que fazer e Yue está doente, não pode brincar, eu tava com ela até ela dormir. Não entendo porque ele não me deixa ir até lá, talvez tenha haver com o que falou com Megumi-sama uma vez, sobre ter tirado eu e minha irmã de lá. Enquanto dormia, Yue falou que queria que eu cumprisse a promessa logo, eu não posso decepcioná-la.
(...)
Conversei com Megumi, ela falou que além do Rio das Almas havia um prédio que tinha desabado, mas não explicou direito, olhava sempre pra porta, acho que com medo que alguém ouvisse, ele provavelmente. Yue melhorou, nos voltamos a brincar como antes, mas eu tenho tido pesadelos que me deixam com medo, ainda não comentei isso com ela, não quero que se preocupe.
(...)
Os pesadelos pioraram, é tudo tão escuro e cheio de dor. Eles gritam e fazem um som estranho, mas é tudo dentro da minha cabeça, não sai daqui, só eu escuto, ninguém mais. Mas o pior é a dor, são como se facas cruzassem minha cabeça e um monte de espinhos fossem enfiados em meu corpo. Haviam bebês, mas eu só escutava o choro de um deles, eu não entendo, mas dói em mim.

Personagem: Yuli, 15 anos, entidade hibrida de anjo e demônio.
Fórum: Oboeru No Kieseki
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quinta-feira, 17 de julho de 2008
~ Lilith Sellick
Lilith foi a primeira mulher criada por Deus, ao contrário de Eva, que surgiu duma costela de Adão, Lilith foi criada do barro, e rebelou-se por não admitir ficar ‘por baixo’ nas relações. Expulsa do paraíso transformou-se na cobra que tentou Eva. Rege as sete últimas esferas infernais, onde reina a sexualidade mais depravada.
Nascida da união indesejada de uma puro-sangue com um mestiço, é a primogênita de um casal de gêmeos. Não chegou a conhecer a mãe, visto que a mesma morreu no parto, e não teve o que se pode chamar de relação afetiva com seu pai. O homem, diante da morte da esposa, entrou em depressão profunda, definhando por cinco anos até a morte. Enquanto o progenitor estava vivo, residiam juntos, mas sempre auxiliados por pessoas da pequena vila. Após a morte do pai, passou a morar na casa pertencente ao ancião do lugar, homem com quem Lilith aprendeu muita coisa sobre história e magia em si.
A ausência de afeto não só fez com que estabelecesse uma relação bastante estreita com o irmão, como também desenvolvesse grande independência, chegando a tomar as decisões cabíveis ao que restara da família Sellick. Desde cedo se mostrava uma criança arisca, fugindo de perguntas e limitando-se a impor suas vontades e pensamentos quando necessário. Passava boa parte do tempo perambulando pela floresta que cercava o lugar, e graças a isso, até hoje tem uma excelente preparação física, transpondo obstáculos com facilidade.
Como esperado, a carta de Hogwarts chegou, e os irmãos foram estudar na mais famosa escola de Magia do Reino Unido. Tal mudança marcou a primeira grande separação dos irmãos: Lilith, fora mandada para Grifnória, a casa dos corajosos; Anael ganhou morada na casa da sábia Rowena Ravenclaw.
Sempre que possível estavam juntos, fosse na biblioteca, quanto nas próprias aulas e nos jardins. Mesmo popular entre os de sua casa Lilith abria mão de tudo pela companhia do Corvinal, o único homem que lhe importava, até então. Talvez a psicologia possa explicar melhor que eu, mas o fato é que um amor doentil ligava a primogênita ao caçula, que não parecia notar ser o alvo de tanto afeto.
Ao final dos sete anos, Lilith concluíra a escola com NOM’s louváveis em DCAT, Feitiços, TDCM e Transfiguração; enquanto Anael era o melhor em Feitiços, Estudo dos Trouxas, História da Magia e Advinhação. Não tardou para que ingressassem no ministério: Lilith, no escritório de suporte ao Lobisomem, onde via grandes chances de crescer e chegar ao cargo que desejava e Anael, que se acomodou no esquadrão de Obliviadores.
Com o passar dos anos e a competência que demonstrava, a mulher foi promovida, deixando as salas abafadas do ministério e ganhando as ruas, finalmente fora colocada do Centro de Captura de Lobisomens. Vale lembrar que, por ser a única mulher naquele setor, os preconceitos vieram, mas em sua resposta vieram os melhores desempenhos em campo, o que lhe colocou um passo a frente, na chefia daquele centro. Mantinha-se afastada dos círculos sociais, imersa no próprio trabalho e nas pesquisas de Magizoologia que desenvolvia. Morava agora em Londres, junto com o dedicado irmão.
No último ano ocorreram mudanças que ela jamais imaginaria. Em um momento de fraqueza, aproveitou-se do irmão embriagado para satisfazer seus desejos mais sórdidos, com isso ganhou não só uma noite no paraíso, mas também dias no inferno. Achando-se culpado pela situação, o inocente Anael fez em si mesmo o feitiço que melhor realizava: um Obliviate. Pela vã tentativa de lhe impedir, Lilith mudou o curso do feitiço, que ainda assim o atingiu, talvez mais do que deveria. O fato é que toda a memória do homem lhe fora tragada, restando a ele não só um leito no St. Mungus como também a face desconhecida da irmã.
De algum modo os acontecimentos chegaram na distante Panthenaris, para onde Anael fora levado, afastado do convívio da irmã que não ganhou satisfação alguma. A vida de Lilith se resumiu a introspecção e trabalho, até o dia que resolvera resgatar as lembranças de seu irmão no ministério e cruzou com Edgard Tudor.
Num forte confronto de personalidades, entre insultos e até mesmo algumas bofetadas, eis que o autoritário e cheio dos vícios Edgard Delacroix Tudor se apaixona pela nada delicada Lilith Sellick, igualmente apaixonada. Estranho o modo como a vida parecia querer brincar com ela, tinha lhe tirado alguém quem tanto amava, para em seguida dar alguém que mais do que lhe amar moldava sua personalidade de modo a se encaixar com a outra, ainda que sem subtrair nada. Mais do que paixão, a relação dos dois despertou o amor, e infelizmente Lilith soube disso de maneira não muito agradável: Edgard tentara suicídio, frustrado pelo amor que confessou sentir. Desde então, Lilith divide suas horas entre o trabalho e o homem, internado no St. Mungus.

Personagem: Lilith Sellick, 25 anos, Chefe do Centro de Captura de Lobisomens.
Fórum: Hogwarts Courtyard
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