Ela fechou fechou os olhos, tapou os ouvidos com tanta força que sua cabeça começou a doer brutalmente, mas eles continuavam lá, não havia providência que pudesse fazer aqueles fantasmas lhe deixarem em paz. Sempre fora assim, e sempre seria, desde que ela tomou ciência de si até o momento em que sua alma deixasse seu corpo, ela sempre seria uma mediadora, atormentada por fantasmas de seu passado, e pior: atormentada por fantasmas do seu presente, por gente que nunca conheceu e, como era estranho!, todos eles sabiam seu nome, seus segredos mais íntimos e seus pontos mais fracos.
E eles sabiam, de uma forma tão completa, que seu maior ponto fraco era ele. Para mantê-lo a salvo, ela abriu mão da esperança, do sonho, daquele sentimento tão nobre e puro que, atualmente, ela nem mais consegue pronunciar aquela palavra de quatro letras. Seus desejos foram despedaçados, destroçados e esquartejados, pedaços voam com o vento, outros, jazem nas profundezas do oceano, e, como se não fosse o bastante, parte deles foram lançados aos círculos mais baixos do inferno.
Aí você pode se perguntar: pra que isso? A resposta é simples: ela não perdeu a bravura da guerreira que foi um dia, é fato que ela ira perseguir seus sonhos até o seu tempo se esgotar, mesmo que não consiga ficar inteira novamente, ela não vai deixar que tudo simplesmente lhe escape pelos dedos.
terça-feira, 1 de junho de 2010
~ Colecionadora de Destroços
Postado por Lena Araújo às 19:03
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