terça-feira, 22 de dezembro de 2009

~ A Perfeita Combinação

Sabe quando você quer muito fazer alguma coisa e nada flui? Alguns chamam de falta de criatividade, decadência poética ou mesmo dizem que travou; eu, no entanto, acredito ser menos que isso e, na verdade, muito mais que isso. Vejo o fato como a ausência e esse é o pior sentimento que pode haver dentro de alguém, porque quando ele está lá, não há nada mais, não há as borboletas alçando vôo dentro do estômago ou aquele nó na garganta que você tenta engolir a qualquer custo; há apenas um buraco negro e quanto mais você cai, mais longo fica.

E esse sentimento vai te corroendo aos poucos, vai se transformando em outros sentimentos, e vai tomando proporções inimagináveis. É uma vontade de estar perto, sem estar, de querer, sem poder. E mesmo a gente tendo ciência de que para estar perto não precisa estar do lado, mas do lado de dentro, nunca é a mesma coisa, que um abraço apertado, que uma voz amiga, que um sorriso sem esforço. A tecnologia bem que tenta diminuir essa distância, essa ausência, mas por mais que exista telefone, MSN, Orkut, Twitter... Eles servem apenas para aumentar mais o nosso círculo de amigos, e alimentar mais ainda a fome da ausência.

Mil palavras digitadas nunca vão suprir um toque, um abraço. Por mais que você acabe reconhecendo a entonação daquele que está do outro lado da tela nas palavras escritas, aquilo não está nem perto de suprir a ausência que se sente e aí, é nessas horas, que é preciso se agarrar ao passado. Há quem diga que “quem vive de passado é museu”, mas se é para preservar as boas recordações, porque não? Por mais que se trabalhe nesse sentido, o dia de amanhã nunca será igual aquele dia há meses atrás, os sentimentos são outros, as pessoas já não são mais as mesmas, eu já não sou mais a mesma de duas horas atrás.

As pessoas vivem em constante mudança, o mundo vive em constante mudança. As coisas mudam em uma velocidade que não se pode imaginar. Um rio não é o mesmo de há uma hora atrás, as águas que passam por ali não são as mesmas, ela vive em constante circulação. É como diz o ditado, “Águas passadas não voltam” [ou é assim, ou alguma coisa parecida, rsrsrsrs]. Então temos que aproveitar o momento, porque não existem momentos iguais. Até irmãos gêmeos não são os mesmo, por mais parecidos que sejam. Não existem duas coisas iguais neste mundo.

Acho que o ditado seria “Águas passadas não movem moinhos”, embora o sentido seja mais ou menos o mesmo! Nesse mundo, nada é igual, acho que por isso, eu não acredito em almas gêmeas, mas acredito em almas complementares, aquelas que sabem o que a outra precisa sem nem perguntar, por isso, encerro de uma forma mais do que esperada de nossa parte: musicalmente:

"Os opostos se distraem.
Os dispostos se atraem"


Por Lena Araújo e Viera Neto

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